Os preceitos de Deus para os jovens (2.6)
“Quanto aos moços, de igual modo, exorta-os para que, em todas as coisas, sejam criteriosos” (2.6). Os jovens devem ser exortados a serem criteriosos em tudo. O próprio Tito deveria se encarregar desse trabalho de encorajar os
jovens a viver um alto padrão. Juventude não é sinônimo
de imaturidade. O padrão para os jovens não é inferior nem
eles estão isentos da responsabilidade de viver de forma
cuidadosa em todas as áreas da vida (iT m 4.12).
L. Bonnet está correto quando diz que os jovens devem provar pela sua vida que estão debaixo da disciplina do Espírito e que dominam a carne. Se lhes faltar essa virtude, todas as obras cristãs que vierem a realizar serão desprovidas de v a l o r . A palavra grega usada por Paulo é novamente sophron, autodisciplina, autodomínio, autocontrole. Segundo Stott,
Paulo está pensando no controle de temperamento e da língua, da ambição e da avareza, e especialmente dos apetites carnais, inclusive compulsões sexuais, de modo que o jovem cristão permaneça dentro do imutável padrão cristão de castidade antes do casamento e de fidelidade depois dele.'«3 José do Egito se manteve puro mesmo quando a mulher de Potifar o abordou, e isso ocorreu
várias vezes. Ele preferiu ser preso numa masmorra e manter sua consciência livre e pura a viver em liberdade, mas prisioneiro do pecado. A mais sombria de todas as masmorras é a prisão da culpa. Não há remédio humano que possa aliviar a dor da culpa. José preferiu, ser um prisioneiro livre a ser um livre prisioneiro.
O profeta Daniel resolveu firmemente no seu coração não
se contaminar, mesmo quando ainda era um adolescente. Os
dois, José e Daniel, só puderam liderar eficazmente outras
pessoas porque antes dominaram a si mesmos. Ninguém
pode servir a outros até que tenha dominado a si mesmo. A
Bíblia diz que melhor é “[...] o que domina o seu espírito,
do que o que toma uma cidade” (Pv 16.32).
Os preceitos de Deus para Tito (2.7,8)
Vejarnos as ordenanças de Paulo a Tito:
Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra
integridade, reverência, linguagem sadia e irrepreensível, para que o
T ito e Filemom - doutrina e vida um binôm io inseparável
adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito (2.7,8). A melhor maneira de um pastor pregar é por meio da sua vida. Os falsos mestres dizem e não fazem (1.16; M t 23.3), mas os mestres da verdade devem dizer e fazer. Dizer e não fazer é hipocrisia.'®"^ Concordo com John Stott quando diz que nós precisamos de modelos; eles nos dao direção, desafios e inspiração. Paulo se ofereceu como exemplo para a igreja de Corinto (ICo 11.1). Paulo deu ordens a Timóteo a ser padrão dos fiéis (iTm 4.12). Agora, ordena aT ito a ser padrão para os crentes na prática de boas obras (2.7).'®^ Nós precisamos de modelos vivos. Precisamos de líderes que preguem aos ouvidos e aos olhos. Que falem a sã doutrina e também demonstrem a verdade que pregam com o seu modo de viver.
O ensino e o exemplo, o verbal e o visual, sempre formam uma combinação poderosa.'®^ Tito deveria imprimir nos membros da igreja uma impressão forte e indelével. A palavra grega lypos, “padrão, protótipo”, é exatamente a marca que uma máquina de escrever deixa no papel. Warren Wiersbe diz que lypos significa também “estampa”. Tito deveria viver de tal modo a imprimir sua “estampa espiritual” na vida de outros. Isso envolvia boas obras, sã doutrina, seriedade nas atitudes e discurso irrepreensível que ninguém — nem mesmo o inimigo - poderia condenar.'®^ Hans Burki tem razão quando diz que à imagem distorcida dos hereges deve ser contraposto o exemplo de um mestre saudável, porque o poder de imagens negativas somente pode ser superado por imagens poderosas e melhores.'®® Como aplicar a doutrina na vida familiar
Duas verdades devem ser aqui destacadas;
Em primeiro lugar, o líder deve ser padrao nas boas obras
(2.7). A vida do líder é a vida da sua liderança. Ele ensina não
apenas com palavras, mas, sobretudo, com exemplo. Albert
Schweitzer diz que o exemplo não é apenas uma forma de
ensinar, mas a única maneira eficaz de fazê-lo. Antes de
motivar a igreja à prática de boas obras, Tito deveria ser um
padrão de boas obras. O líder não ensina apenas mediante
preceitos, mas também pelo exemplo pessoal.
O ensino do apóstolo Paulo é meridianamente claro
acerca do lugar das boas obras na vida do cristão. Ele não
as pratica para alcançar a salvação, mas porque já recebeu
a salvação. Boas obras não são a causa da salvação, mas o
resultado dela. Somos criados em Cristo para as boas obras
e não por causa delas (Ef 2.10).
Em segundo lugar, o líder deve ser padrão no ensino da Palavra (2.7,8). Com respeito ao ensino da Palavra, quatro pontos vitais devem ser observados; O conteúdo correto. “No ensino, mostra integridade...” (2.7). A palavra “integridade” é a tradução de afihoria, que literalmente significa “incorruptibilidade”.'®’ A integridade tem a ver tanto com o conteúdo da mensagem quanto com
a motivação do mensageiro. O mensageiro não pode retirar nem acrescentar coisa alguma da mensagem. A Palavra não pode ser adulterada nem mercadejada. O ministro precisa
ser íntegro quanto ao seu conteúdo e quanto aos seus motivos. Kelly é da opinião de que por “integridade” Paulo quer dizer pureza de motivo, a ausência de qualquer desejo
de lucros. O método correto. “No ensino, mostra [...] reverência”
(2.7). A reverência tem a ver com a forma que a mensagem é transmitida, ou seja, a maneira de ensinar. Reverência T ito e F ilemom - doutrina e vida um binôm io inseparável
denota um alto tom moral na exposição da sã doutrina. Um pregador irreverente é uma contradição. A vida do pregador não pode estar em oposição à sua mensagem.
Richard Baxter, expoente do puritanismo inglês, afirmou: Não importa o que você faça, assegure-se de que as pessoas estejam vendo que você está sendo bastante sincero [...]. Não podem se
quebrar corações humanos tratando-os com leviandade.'®'
O instrumento correto. “Linguagem sadia e irrepreensível...”
(2.8). O púlpito não pode ser um palco nem um picadeiro em que o pregador usa piadas e gracejos
inconvenientes e incompatíveis com a santidade da mensagem. Não apenas a mensagem é santa, mas também a forma de comunicá-la deve ser santa. O propósito correto. “[...] para que o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhum a que dizer a nosso respeito” (2.8). A descrição que Paulo faz do adversário pode incluir os críticos pagãos do cristianismo, bem
como os indivíduos indispostos dentro da comunidade. A melhor defesa contra os adversários é a completa integridade na pregação, tanto na forma quanto no conteúdo.’’^ Devemos ser zelosos quanto à doutrina e também quanto à forma pela qual ensinamos a doutrina, pois nossos adversários sempre buscarão motivos para nos acusar. Não podemos deixar brechas para o inimigo nos atacar.
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