No início da igreja, a informalidade e a simplicidade das
estruturas não exigiam muitos recursos para sua manutenção. Não havia templos
nem ministério em tempo integral (muitos líderes eram “fazedores de tendas”,
como Paulo). A maior carência estava na área social ou beneficente. Daí a
grande ênfase nas ofertas, principalmente em situações de particular
necessidade (ver 1Co 16.1-4; 2Co 8.1–9.15).
No entanto, o princípio de que a contribuição devia ser marcada pelo desprendimento e liberalidade se manteve, como se pode ver na “Didaquê”, um manual eclesiástico do 2º século: “Tome uma parte do seu dinheiro, da sua roupa e de todas as suas posses, segundo lhe parecer oportuno, e os dê conforme o preceito” (13.7). No final do mesmo século, Irineu de Lião se referiu aos cristãos como aqueles que “separam todas as suas posses para os propósitos do Senhor, entregando de modo alegre e espontâneo as porções não menos valiosas de sua propriedade” (“Contra as heresias” IV.18).
No entanto, o princípio de que a contribuição devia ser marcada pelo desprendimento e liberalidade se manteve, como se pode ver na “Didaquê”, um manual eclesiástico do 2º século: “Tome uma parte do seu dinheiro, da sua roupa e de todas as suas posses, segundo lhe parecer oportuno, e os dê conforme o preceito” (13.7). No final do mesmo século, Irineu de Lião se referiu aos cristãos como aqueles que “separam todas as suas posses para os propósitos do Senhor, entregando de modo alegre e espontâneo as porções não menos valiosas de sua propriedade” (“Contra as heresias” IV.18).
Com o passar do tempo e a crescente institucionalização
da igreja, houve a necessidade de uma forma padronizada de contribuição. Com
isso, recorreu-se ao precedente bíblico já conhecido e testado por muito tempo
-- o dízimo. Ao longo dos séculos, ele se tornou obrigatório -- uma espécie de
imposto eclesiástico -- e na época de Carlos Magno passou a integrar a lei
civil. No final da Idade Média surgiram abusos quando os dízimos, em certos
casos, se tornaram um instrumento para a compra de cargos eclesiásticos
(simonia). Houve controvérsias quando as pessoas buscavam fugir ao pagamento
dos dízimos enquanto outras tentavam se apropriar desses rendimentos para si
mesmas. Os países que tinham igrejas estatais recolhiam os dízimos dos fiéis em
troca do sustento da igreja e do pagamento dos salários dos ministros
(côngrua). No
Brasil colonial, em virtude do sistema conhecido como “padroado”,
o dízimo se tornou o principal tributo arrecadado pelo estado português.
Os dados bíblicos
O dízimo (do latim
“decimu”) pode ser definido como a prática de dar a décima parte de todos os
frutos e rendimentos para o sustento das instituições religiosas e dos seus
ministros. Trata-se de um costume antigo e generalizado, sendo encontrado tanto
no judaísmo como nas culturas vizinhas do Oriente Médio. Essa prática é
claramente estabelecida no Antigo Testamento, sendo até mesmo anterior à lei de
Moisés (Gn 14.20; 28.22).
O dízimo era devido primariamente a Deus, como expressão de gratidão por suas bênçãos e consagração a ele. Mais tarde, tornou-se um preceito formal na vida religiosa dos hebreus (Lv 27.30-32), sendo destinado especificamente para o sustento dos levitas (Nm 18.21-24). Em Deuteronômio, está associado a uma refeição comunitária festiva e ao auxílio aos necessitados (12.17-19; 14.22-29; 26.12-14). Às vezes era dado liberalmente (2Cr 31.5-6; Ne 10.37-39; 12.44) e em outras ocasiões retido fraudulentamente (Ml 3.8-10).
O dízimo era devido primariamente a Deus, como expressão de gratidão por suas bênçãos e consagração a ele. Mais tarde, tornou-se um preceito formal na vida religiosa dos hebreus (Lv 27.30-32), sendo destinado especificamente para o sustento dos levitas (Nm 18.21-24). Em Deuteronômio, está associado a uma refeição comunitária festiva e ao auxílio aos necessitados (12.17-19; 14.22-29; 26.12-14). Às vezes era dado liberalmente (2Cr 31.5-6; Ne 10.37-39; 12.44) e em outras ocasiões retido fraudulentamente (Ml 3.8-10).
Nos escritos do Novo
Testamento, o dízimo é mencionado explicitamente apenas nos Evangelhos e na
epístola aos Hebreus, sempre em relação aos judeus. Jesus aprovou a prática,
mas a censurou quando se tornava uma expressão de frio legalismo (Mt 23.23; Lc
11.42; 18.12; ver Am 4.4). Em Hebreus, é mencionado em conexão com
Melquisedeque, uma figura do sacerdócio de Cristo (7.1-10). As epístolas
paulinas falam muito sobre ofertas para a comunidade, mas sua ênfase maior é
sobre as contribuições voluntárias (2Co 9.6-7). O Novo Testamento não fornece
muitas informações sobre o sustento do trabalho regular da igreja. Todavia, as
informações disponíveis destacam atitudes como gratidão, fé, amor e
generosidade como motivações centrais da mordomia cristã.
Conclusão .
A questão do dízimo é
tão difícil para muitos cristãos porque toca numa parte sensível da sua vida --
o bolso. Parece excessivo entregar um décimo dos rendimentos para Deus, para a
causa de Cristo. Nem todos têm o desprendimento e a generosidade da pobre viúva
elogiada por Jesus (Mc 12.41-44). Todavia, o dízimo pode ser uma bênção na
experiência do cristão em dois sentidos. Primeiro, como um desafio para a sua
vida espiritual. Dar o dízimo pressupõe uma relação de amor, gratidão e
compromisso com Deus e com as pessoas que serão beneficiadas com essa
contribuição. Em segundo lugar, é também um desafio para a melhor administração
da vida financeira. Muitas pessoas têm dificuldade em contribuir para a igreja
e suas causas porque são desorganizadas em suas finanças, gastam mais do que
podem, não têm um senso de prioridades em seu orçamento. A prática do dízimo
produz uma disciplina que beneficia outras áreas da vida. Para aqueles que
querem trilhar esse caminho, a sugestão é que comecem a aumentar gradativamente
a sua contribuição, até atingir o padrão do Antigo Testamento... e então ir
além dele.
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O dízimo era, sim, um
mandamento na Lei (Dt 14:22ss), constituído exclusivamente da colheita e do
gado, e a ser trazido exclusivamente na câmara do tesouro do Templo de
Jerusalém (Dt 12:11; cf Ne 10:38).
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