A confiança do apóstolo Paulo (1.2,3)
William M acDonald sintetiza o ministério dc Paulo em
relação ao evangelho em três áreas distintas: 1) cvangelismo
- “[...] a fé que é dos eleitos de Deus” (1.1); 2) educação
- “[...] e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade” (1.1); 3) expectação - “[...] na esperança da vida eterna que o Deus que não pode m entir prometeu” (1.2).^"‘
O apostolado de Paulo está calçado em confiança inabalável. Duas verdades preciosas são aqui destacadas: Em primeiro lugar, a promessa de Deus (1.2). A vida eterna é uma promessa de Deus, e não uma mera expectativa humana. Não é uma vaga possibilidade humana, mas uma
garantia divina. Não é apenas uma bênção usufruída na terra, mas um decreto firmado no céu.
Albert Barnes chega a dizer que a única esperança da salvação é a promessa do Deus que não pode mentir.^^ Calvino afirma que a única prova de toda a religião é a imutável verdade de Deus.^*’ Para Hans Burki, a vida eterna continuaria sendo um desejo infundado e até mesmo puro devaneio sem a promessa do Deus que não pode mentir.^^ Com respeito a essa promessa, Paulo destaca dois pontos:
Sua perspectiva eterna (1.2).
O Deus que não pode mentir prometeu a vida eterna antes dos tempos eternos. O decreto da salvação dos eleitos foi feito na eternidade (Ef 1.4; 2Tm 1.9). A nossa salvação foi planejada e decidida mesmo antes de Deus lançar os fundamentos da terra. Antes mesmo de
o sol brilhar no firmamento, Deus já havia destinado seus escolhidos para a vida eterna.
Sua perspectiva temporal (1.3). A promessa da vida eterna feita na eternidade manifestou-se no tempo devido, ou seja, na plenitude dos tempos (Gl 4.4). No tempo oportuno de T ito e F ilemom -
doutrina e vida um binôm io inseparável
Deus, no kairós de Deus, essa promessa eterna veio à luz,
por meio da pregação do evangelho.
Em segundo lugar, o comissionamento de Deus (1.3). Quatro verdades são aqui destacadas acerca do comissionamento de Deus: Seu conteúdo (1.3). A Palavra de Deus é o conteúdo. Não
temos outra mensagem. Hans Burki diz que o conteúdo da proclamação é Jesus, o Redentor. Ele é a palavra da salvação (At 13.26), da graça (At 14.3; 20.32), da vida (Fp 2.15), da
reconciliação (2Co 5.19), da verdade (Jo 14.6); em suma, ele é a palavra de Deus aos seres humanos (ICo 1.21; Ap 19.13).^« Seu veículo (1.3). Deus manifestou sua Palavra mediante a pregação. A pregação é o meio eficaz de transmitir a Palavra e chamar os escolhidos. Por intermédio do sagrado
ofício da pregação, filhos espirituais são gerados de Deus e para Deus (Tg 1.18). O cristianismo não filosofia nem dramaturgia. A mensagem cristã é proclamada não por sacerdotes, mas por pregadores. Warren Wiersbe diz que não se trata de uma referência ao ato de proclamar a Palavra, mas ao conteúdo dessa mensagem (ICo 1.21).^‘^ Kelly nessa mesma linha de pensamento diz que, com relação à pregação, Paulo quer dizer, não ao próprio ato de proclamar o evangelho, porém mais concretamente à mensagem apostólica.®“ Sua origem (1.3). A Palavra é manifestada mediante a pregação por autorização de Deus, nosso Salvador.
Calvino diz que Paulo aplica o mesmo epíteto ao Pai e a Cristo, de sorte que cada um deles é nosso Salvador mas por uma razão diferente: pois o Pai é chamado nosso Salvador porque nos l edimiu pela morte de seu Filho, para que pudesse nos fazer herdeiros da vida eterna; e o Filho, porque derramou seu
s;ingue para pagar o preço da nossa salvação. A supremacia da Palavra no ministério apostólico
Assim, o Filho nos tem trazido à salvaçao do Pai, e o Pai nos tem outorgado a salvação por meio do Filho.®' Paulo não se autointitulou apóstolo. Ele não ungiu a si mesmo nem arrogou para si esse ofício. Recebeu seu apostolado, como pregador da Palavra, por incumbência de Deus.
É absolutamente estranho ao ensino neotestamentário aqueles que atualmente recebem o título de apóstolos ou que se autodenominam apóstolos. Seu instrumento (1.3). Paulo diz que a pregação lhe foi confiada por Deus. A verdade tem sua origem em Deus, mas a pregação é feita por homens chamados por Deus. Concordo com Hans Burki quando diz que Paulo evangeliza por causa de Deus e com vistas a ele, e não por causa dos homens nem por causa de sua necessidade, miséria e perdição. Justamente por isso, na verdade, ele evangeliza os homens, porque visa a conquistá-los unicamente a partir da misericórdia divina, que age também nele.®^
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